quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Poema do Querer



Oh! E eu quero ser
Tão grande quanto o Sol,
Quero ser maior ainda,
Arder, arder.
Oh! Eu quero ser
Tão grande quanto um buraco negro,
Quero ser maior ainda,
Gelar, gelar.
Oh! Eu quero ser para ti
A flor mais linda, tão frágil,
Mais frágil ainda
E ser só luz de vida
Para ti, para ti.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Do Agora ao Amanhã




Sentinela, ronda.
Sentinela, atento.
Uma festa no braço
Agarrar a tua mão,
Sentir-te viva
Mais viva
Como não posso definir
E eu mais cansado
De te guardar.
Render turno,
Um pequeno descanso,
Passeio ou quem sabe
Uma distracção casual.
Render turno,
E em ti quase durmo
Como se eu te alimentasse
Quase como me alimentaste
A mim.
O cansativo suspense
É mais relativo.
Suave, um pouco
Porque sustento
Já o peso que vai do agora
Ao amanhã.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Dia Após Dia




Levanto-me daqui a nada
Disciplina programada
Conectada com o som dos altifalantes
Executo com perícia como dantes,
Ontem, anteontem e dias restantes
Desde que me lembro, talvez ainda cria.
Despacho-me com urgência
Para me acalmar
Sou rei de mim
Renascido da queda,
Cansaço recomeçado
Em leves fatias
Preenchendo as fissuras
Do pilar que sustento!
Porquê não sei.

domingo, 25 de setembro de 2011

Responde ao Assobio



Pelo canto dos olhos
Vejo os minutos passarem
No relógio.
E numa fracção
O amanhã torna-se hoje.
Um dia passado
Entre caminhos,
Contacto, partilha.
É degradante ver distante
Que não presencio, que não estou
Estando mecânico feito andróide/humano.
E trato de ti
Com amor disfarçado
Em códigos só nossos,
Gestos simples.

sábado, 24 de setembro de 2011

Dia Cansado




É já noite
Deste dia cansado,
A hora vai nem muito adiantada
Nem muito atrasada.
É uma hora calma,
Apenas ruídos exteriores
De um vento forte.
Galopante no ar.
Consolo-me entre rajadas
Na sensação quente
Do meu aconchego.
Aguarda um dia de espera,
De avanços, de retrocessos,
De impotência, de impunidade
De um grito nascido
Do âmago do limite
Da minha paciência
Já inquieta.
Quebrada a sua eternidade.

Guerreira



Resiste, persiste, dura.
Agarra-te ao que te pus na mão.
São as tuas crenças,
As tuas forças inesgotáveis.
Agarra com força.
Agarra-te.
Combate guerreira
Nessa guerra só tua.
Render nunca.
Heróis nascem heróis.
Admiro-te.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Hora Breve (*)



Acordei de um sonho antigo
Quão antigo eu posso ser;
E mais.
Os pensamentos voltaram complexos
As ideias como electrões
Em volta do núcleo.
Acordo meio adormecido
De adormecido ter vivido
E um pouco mais vivo
Que antes, esmoreço
Na sequência dos acontecimentos.
Sempre presente, distante.
Foi desobstruída uma passagem a mim
Com pancadas, sapatadas
Brutas, não misericordiosas.
Do embrulho bem embrulhado
De impactos violentos
E surpresas menos acesas
E sentimentos baralhados,
Preparados para o jogo
Que não me atrevo a apostar.
Dorme hoje como um anjo
E dorme também amanhã,
Dorme o que precisares,
Mas acorda
Quando for hora, breve.
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